O Dia Internacional da Mulher é celebrado no dia 8 de março e evidencia a luta contínua das mulheres por igualdade e justiça.
Quanto à origem da data existem diversos registros. Para Diana Assunção, historiadora formada pela PUC-SP e dirigente do coletivo feminista Pão e Rosas, a história real do 8 de março remete a 1917, data que marca o início da manifestação liderada por tecelãs russas contra o patriarcado e o sistema capitalista em São Petersburgo. E a luta pelos direitos mais fundamentais se estende até os dias de hoje.
Dentro de instituições como Sindicatos, Associações e Federações, onde a diversidade de gênero muitas vezes é subestimada, essa batalha pode ser ainda mais complexa. Embora muitos progressos tenham sido feitos, ainda há muito a ser fazer para alcançar a igualdade de gênero plena e justa.
Continue a leitura e descubra por que a diversidade é a chave para o sucesso.
Por que a participação feminina é importante?
A participação feminina nas organizações, como Sindicatos, Associações e Federações, é fundamental uma vez que garante uma representação justa de todas as vozes.
Uma mudança significativa para a Instituição, que naturalmente passa a promover atos de consciência envolvendo as questões de gênero.
Outro ponto a ser analisado diz respeito à representatividade. Quando as mulheres têm uma presença forte e ativa nas organizações, elas também podem servir como mentores e modelos para outras mulheres, encorajando-as a se envolverem e fazerem ouvir suas vozes.
Benefícios da diversidade de gênero nas Instituições
Como pontuado, a diversidade de gênero pode trazer benefícios significativos para a Instituição, como a promoção de um ambiente mais inclusivo, criativo e inovador.
E para quem é cético, as afirmações têm respaldo em números. Ocorre que inúmeras pesquisas mostram que a diversidade de gênero pode levar a melhores resultados financeiros e de negócios.
De acordo com um relatório da consultoria McKinsey, empresas com maior diversidade de gênero em suas equipes de liderança têm um desempenho financeiro superior a 25% em comparação com empresas com menor diversidade de gênero.
No entanto, a presença feminina ainda é baixa em muitos setores. Segundo um levantamento feito pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) em 2022, as mulheres ocupam apenas 37% dos cargos de gerência, supervisão e liderança, considerando empresas de todo o mundo. De acordo com esta mesma Organização, podemos levar até 132 anos para que haja uma paridade completa entre homens e mulheres.
Maior diversidade e inclusão
A luta travada pelas mulheres acaba incluindo, também, outras minorias. Logo, quando falamos da promoção de um ambiente mais justo e produtivo, estamos nos referindo à diversidade e inclusão.
E é fato que a inclusão de pessoas de diferentes origens, culturas, gêneros e orientações sexuais pode aumentar a criatividade e inovação, melhorar a tomada de decisões e promover uma cultura mais positiva e colaborativa.
Ainda de acordo com a firma global de consultoria de gestão McKinsey & Company, empresas com diversidade étnica e de gênero em seus quadros de funcionários apresentam um desempenho financeiro 33% maior em relação às empresas que não valorizam a diversidade.
Para além das Instituições, devemos pensar nos benefícios que a inclusão gera para a sociedade como um todo, tal a redução das desigualdades sociais e econômicas.
Aumento da criatividade e inovação
A diversidade estimula o pensamento crítico e auxilia na resolução de problemas. Isso acontece porque, dentro de um ambiente plural, nos encontramos expostos a diferentes maneiras de pensar e encarar desafios.
Quando as Organizações valorizam e incluem pessoas com diferentes origens, habilidades e perspectivas, elas podem ter acesso a uma ampla gama de ideias e soluções criativas que, de outra forma, seriam negligenciadas.
A inclusão também pode levar a um maior engajamento dos membros e um sentimento de pertencimento. Sentimento, este, que pode aumentar a motivação e a produtividade da equipe.
Impacto positivo na economia
A diversidade também tem impacto na arrecadação de novas receitas observada pela Instituição.
Quando Organizações, tal como os Sindicatos, Associações e Federações, incluem em sua base de colaboradores pessoas com diferentes origens, habilidades e perspectivas, elas podem expandir sua base de associados e captar novos membros que se identificam com a diversidade e inclusão defendidas pela Entidade.
Além disso, a inclusão pode levar a uma maior participação e engajamento por parte dos associados, resultando em uma maior frequência de eventos, contribuições e doações.
O que permite que a Instituição conquiste ainda mais benefícios.
Como promover a participação feminina nas Organizações
Promover a participação feminina nas Organizações é fundamental para alcançar uma maior diversidade e inclusão. No entanto, isso não acontece automaticamente. É necessário adotar medidas concretas para garantir que as mulheres sejam incluídas e valorizadas dentro das Organizações.
Alguns passos que podem ser tomados incluem estabelecer metas claras de diversidade, garantir igualdade salarial, oferecer treinamentos e oportunidades de liderança, criar políticas de licença-maternidade e paternidade, e garantir um ambiente de trabalho seguro e livre de assédio.
Como exemplo, existem várias empresas em todo o mundo que têm políticas bem-sucedidas de inclusão de mulheres, como a IBM, que tem um programa de mentoria para mulheres e outros grupos sub-representados; a Accenture, que estabeleceu uma meta de ter 50% de mulheres em sua força de trabalho até 2025; e a Microsoft, que implementou uma política de licença parental igualitária e oferece treinamento e desenvolvimento de liderança para mulheres em cargos de gerência.
Um case mais próximo pertence à Resultados Digitais, empresa com sede em Florianópolis especializada em marketing digital e vendas, que, em março de 2022 chegou a anunciar o compromisso público de atingir 30% na participação de mulheres no seu time interno de engenharia.
1 – Desenvolvimento da cultura interna
Para promover a participação feminina nas Organizações, é essencial desenvolver uma cultura interna inclusiva, que encare a igualdade de gênero e a diversidade como valores indispensáveis. Assim, somente suas ideias e perspectivas serão valorizadas.
Também é importante garantir que as mulheres tenham acesso a oportunidades de desenvolvimento profissional, incluindo treinamentos e programas de mentoria.
Fundamental, também, ficar atento aos sinais e combater quaisquer comportamentos discriminatórios ou de assédio, estabelecendo políticas e procedimentos claros para lidar com essas questões.
2 – Treinamentos para colaboradores
Nesse sentido, o treinamento para colaboradores pode ser uma ferramenta valiosa para o fortalecimento da cultura interna da Instituição.
Ao oferecer treinamentos sobre igualdade de gênero, diversidade e inclusão, os colaboradores se veem, de certa forma, mais capacitados para reconhecer e combater comportamentos discriminatórios e de assédio.
O treinamento também pode ser utilizado para promover a liderança feminina, fornecendo às mulheres as habilidades necessárias para assumir papéis de liderança dentro do Sindicato, Associação ou Federação em questão.
3 – Incentivos à contratação e promoção de mulheres
Aqui podemos incluir a definição de metas de diversidade de gênero e o estabelecimento de políticas que priorizem a igualdade de oportunidades.
Importante revisar processos de recrutamento e promoção para eliminar possíveis preconceitos e garantir a equidade.
Indo um pouco além, as Entidades também podem implementar programas de mentoria para apoiar o desenvolvimento profissional dessas mulheres, para que elas se sintam seguras ao assumir cargos de liderança, com níveis de exigência mais apurados.
4 – Políticas de igualdade de gênero
São diversas as políticas de igualdade de gênero que podem ser adotadas pelas Instituições a fim de promover a participação feminina. Algumas tratam de direitos elementares. São elas:
- A implementação de programas de mentoria e coaching para mulheres;
- A oferta de licenças maternidade e paternidade;
- A promoção da igualdade salarial;
- A adoção de medidas para prevenir a violência de gênero no ambiente de trabalho;
- A criação de políticas para promover a diversidade e a inclusão em todos os níveis da Organização.
Uma análise dessas políticas pode contribuir para o desenvolvimento de uma cultura organizacional mais inclusiva e diversa, como visto em outro momento.
Outra observação conta com o desenvolvimento de políticas públicas junto do Governo Federal, a fim de que as Instituições consigam implementar políticas de igualdade de gênero não apenas no limite do seu município, mas em âmbito nacional.
Case HiGestor – Mulheres em Foco
Mulheres em Foco foi um evento promovido pela HiGestor em parceria com a Costa Valley Women durante a semana do Dia Internacional da Mulher e teve como objetivo contribuir para um ecossistema mais diverso e inspirador nas Instituições.
O evento contou com palestras presenciais e remotas, e reuniu um grupo de mulheres especialistas em diversidade, liderança, empreendedorismo e empoderamento feminino.
Uma oportunidade vantajosa para quem esteve presente. Afinal, este foi um momento para compartilhar ideias, experiências e estabelecer conexões profissionais.
O Mulheres em Foco reforça o compromisso da HiGestor com a promoção da igualdade de gênero e a valorização da diversidade em todos os âmbitos da sociedade.
Junto da HiGestor, a iniciativa da Costa Valley Women contribui para o fortalecimento de uma cultura empresarial inclusiva e alinhada com as mudanças sociais que visam a construção de um mundo mais justo e igualitário.
Conclusão
Exemplos de empresas que têm políticas bem-sucedidas de inclusão de mulheres, como a IBM, mostram que essas ações podem trazer resultados significativos para a Organização e para a sociedade como um todo.
No entanto, é importante lembrar que a promoção da diversidade e da igualdade de gênero deve ser uma ação constante e não apenas uma iniciativa pontual.
Em um momento em que o debate sobre a igualdade de gênero se intensifica, é fundamental que as Instituições promovam mudanças em suas práticas e estruturas para garantir a inclusão e a participação das mulheres.
Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e igualitária para todas as pessoas, independentemente do seu gênero ou qualquer outra característica.
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